Há algum tempo já está estabelecido que as competências técnicas não são mais suficientes no mundo do trabalho. O que Tania Casarin chama de competências “humanas” possibilitará aos profissionais do futuro se diferenciarem das máquinas. Além disso, as possibilidades que a tecnologia proporciona e que afetam as relações sociais têm afastado os contatos mais pessoais, criando um novo modelo de profissional que seja adaptável às mudanças cada vez mais rápidas. Compreendendo o trabalho como parte da formação da vida, melhores indivíduos serão melhores profissionais, e a tecnologia ainda prepara muitas novidades. O que mais poderá mudar? Tudo!
As competências socioemocionais possuem muitas definições, e para Tania significam a nossa capacidade de olhar para dentro, realizando autoconhecimento e autorregulação para saber o que é importante para nós. Outro aspecto é o autoconhecimento que nos permite saber lidar com o outro e tomar decisões que beneficiem a sociedade como um todo. Saber conviver num universo pós-digital é o desafio de líderes, e os que mais se destacam são aqueles com as competências socioemocionais mais desenvolvidas.
O profissional de hoje precisa ser multitarefa e deve ser capaz de promover mudanças que possibilitem atuar em muitas áreas. A meu ver, a tecnologia aproxima as áreas e nos leva a obter conhecimento sobre muitos temas variados. Talvez seja necessário, inclusive, modificar o papel da educação, que nos direciona sempre para caminhos distintos. Somos advogados, engenheiros, administradores, economistas etc. Na verdade, todas as profissões se complementam, e saber “trocar” é um desafio.
Tania Casarin é empreendedora, escritora, palestrante, consultora, professora e autora de Tenho Monstros na Barriga, best-seller infantil que ensina como as crianças podem lidar com suas aflições e receios. Sou psicóloga e professora e desenvolvo estudos no campo das habilidades sociais e, independentemente das definições para as habilidades socioemocionais, sabemos que o autoconhecimento pode ser desenvolvido e que os estudos da inteligência emocional e das habilidades sociais promovem algumas práticas que podem ajudar por meio de programas de treinamento, antes restritos ao mundo da psicologia e atualmente ganhando espaço na educação e no mundo do trabalho, onde tenho especial interesse.
Fonte: Época Negócios – Barbara Bigarelli – 11/2017